quarta-feira, 20 de junho de 2012

Também quero falar sobre a "bomba" do dia


Um artigo do Expresso anda a ser muito comentado, por essa Internet fora. O que é que isso interessa? Não sai no exame. é o título e, na minha opinião, tem lá escarrapachadas muitas verdades. No entanto, não creio que a culpa incida no actual Ministro da Educação que, coitado, já apanhou isto muito mal...
A verdade é que, hoje em dia, até ao Secundário, se puxa cada vez menos pelos alunos. Os números são relevantes, interessa mostrar ao resto do mundo que temos grandes taxas de sucesso a nível escolar. Então, se a malta é burra e não se esforça, vá de facilitar e de criar medidas, para que, mesmo quem não saiba, tenha elevadas habilitações, sem saber nada! E isto, já se sabe, é um ciclo vicioso. Quanto menos se tem que fazer, menos se quer fazer...
Com tantas reformas na educação, com tantas "modernices", sinto que a escola cada vez puxa menos pelos alunos. Tal como foi dito no artigo, o nosso raciocínio e o nosso sentido crítico são pouco trabalhados. Há quem decore coisas sem perceber como funcionam e pronto, safam-se e é o que interessa.
Nestas coisas, acho que tive sorte em ter o pai que tive. Lembro-me de ter oito anos, morar a duzentos quilómetros dele, e ele levar comigo horas ao telefone a falar sobre Matemática. Eu ainda só tinha que saber até à tabuada do 5, na escola, e ele insistia que eu tinha que saber todas. Eu dizia " Mas ainda não tenho que saber isto", e ele respondia "E o que é que eu tenho a ver com isso?". Ele desligava e eu desatava a chorar por ele ser exigente comigo e eu ter medo, mas a verdade é que o meu pai tinha noção de como as escolas estavam a ficar e de como o grau de exigência era mínimo... Mais tarde,  já sendo mais velha, soube que a minha mãe lhe tinha ligado, a discutir com ele, porque "Hoje em dia já há calculadoras e ela não tem que saber isso". O meu pai riu-se na cara dela e, hoje, se ela me dissesse isso, também me riria. Se não fosse isso, eu se calhar não teria o discernimento de ver que um resultado está mal, por me ter enganado a introduzir os dados... É que, estando tudo mecanizado, não há sentido crítico para ver que está mal e muito menos a razão que leva a que não seja assim.
Enfim... Muito há a escrever sobre o assunto. O certo é que, mesmo que as pessoas vejam que isto está mal, a tendência é para se acomodarem. E, se é mais fácil assim, deixam andar.

1 comentário:

C. disse...

é mesmo. o grau de exigência é cada vez menor, tudo para o país ficar bonitinho na fotografia. não só a nível de escola, que salvo raras exceções há poucos professores que conseguem motivar os alunos, fazê-los questionar, pô-los à prova a si próprios, desafiá-los, como também a nível de exames nacionais. enfim